A coluna cervical é um dos segmentos mais móveis da coluna vertebral. É submetida a um grande número de agressões e pressões como o peso da cabeça, trabalho dos membros superiores, posturas de trabalho/atividades de vida diária, além de aspectos emocionais, como o estresse. Sofre, também, influência do sistema estomatognático e dos ossos do crânio sendo por isso, uma região que merece atenção de uma equipe multidisciplinar. Nem somente o fisioterapeuta pode tratar a coluna cervical sem correlacionar com a articulação temporo-mandibular, assim como o dentista deve, também, saber que uma alteração nesta região pode levar a alterações não somente da cervical, mas na postura globalmente.
A coluna cervical e a articulação temporomandibular são dependentes dos movimentos, portante é de extrema importância saber que uma leve alteração da ATM pode levar a alterações não só na cervical, como também na postura do inidivíduo como um todo.
Disfunções na ATM podem além de acarretar problemas na coluna cervical, comprometer a biomecânica da coluna lombar também. Uma das possíveis explicações para tal fato deve-se às fáscias, pois estas que promovem a ligação entre estas partes do corpo. A fáscia superficial cervical, por exemplo, está ligada da cervical até o quadril posteriormente ao corpo. E anteriormente, da mandíbula até a pelve.
A fáscia trata-se de uma lâmina de tecido conjuntivo que envolve cada músculo, e sua espessura varia de um músculo para outro. Para que um músculo possa exercer eficientemente um trabalho de contração é necessário que ele esteja dentro de uma bainha elástica de contenção, papel executado pela fáscia muscular, ou seja, esta ajuda a manter a força muscular já que envolve todo o corpo sem interrupção da cabeça aos pés.
Diante disso, as tensões vão sendo transmitidas de regiões proximais para distais através de uma cadeia miofascial.
O sistema estomatognático, sistema responsável pela mastigação, fonação, deglutição e respiração, está diretamente conectado ao sistema muscular por intermédio dos músculos da abertura da boca e do osso hióide, que apresenta um papel importante como pivô entre a ATM e a coluna cervical.
Há também uma ligação da ATM com a coluna cervical através da musculatura que serve de contra-apoio à oclusão e deglutição: ECOM, trapézio, peitorais, etc.
FORMAÇÃO DA CADEIA LESIONAL
Mandíbula fora da posição fisiológica -> alteração na posição do crânio -> alteração da relação
do crânio com a cervical e toda a coluna vertebral -> cefaléias
dores faciais cervicobraquialgias
cervicalgias
dores lombares
dores nos membros inferiores
Referências
MARZOLA-TEDESCHI, F. A estreita relação entre a coluna cervical e a articulação temporomandibular - Aspesctos Fisioterapêuticos.