Olá queridos leitores!
Andei meio afastada aqui do nosso
espaço e desde do ano passado não postava nada,tudo isso por conta dessa
correria que é terminar um ano e começar outro,mas estou de volta e garanto um
2013 cheio de posts e novidades.
O tema desse primeiro post do ano
surgiu através de uma observação em minha prática clínica nos atendimentos dos
meus pacientes de pós-operatório no consultório, percebi que a sensação de peso na
face e a dificuldade de executar as expressões faciais são queixas muito
recorrentes dentres eles. Muitos reclamam da sensação de rigidez o que
dificulta muito a execução dos movimentos dos músculos da face.
Diante disso,tenho inserido
muitas vezes no protocolo de tratamento as manobras de liberação miofascial e os exercícios de mímicas faciais,sendo estes últimos citados muitas
vezes utilizados no tratamento de pacientes com paralisia facial,e com isso tenho percebido
melhora dessas queixas dos pacientes.
Para entendermos melhor,como a liberação miofascial e
esses exercícios podem contribuir no pós-operatório de cirurgia buco-maxilo-facial,devemos
relembrar da fáscia e de como sua aderência pode gerar repercussões.
A fáscia nada mais é do que uma lâmina de tecido fibroso e
translúcido, que permeia o corpo humano e tem papel destacado em seus movimentos.
Ela é a matriz tridimensional do corpo, sendo um esqueleto fibroso que suporta
principalmente esforços de tensão, enquanto o esqueleto ósseo suporta esforços de compressão.
A imagem ilustra a fáscia de uma forma bem simples,basta imaginarmos que ela é um macacão de malha contínuo que envolve todo o corpo,dessa forma pode-se entender como uma restrição em determinado local pode gerar repercussões em vários outros e impedir a adequada movimentação da musculatura.
A imagem ilustra a fáscia de uma forma bem simples,basta imaginarmos que ela é um macacão de malha contínuo que envolve todo o corpo,dessa forma pode-se entender como uma restrição em determinado local pode gerar repercussões em vários outros e impedir a adequada movimentação da musculatura.
Segundo o fisiatra
especialista em fáscias Luiz Fernando Bertolucci, a manipulação desse tecido
fibroso, libera aderências permitindo o reposicionamento dos músculos, podendo
ainda ter um efeito adicional na estimulação do sistema nervoso,visto que essas
aderências impedem o livre deslizamento mútuo dos músculos,os quais
consequentemente serão sobrecarregados.
A lubrificação dos tecidos ocorre entre a interface
do sistema de fáscias,e muitas vezes traumas e cirurgias produzem aderências
nestas interfaces de deslizamento de corpos musculares comprometendo a função
motora e diminuindo o aporte sanguíneo dos tecidos.
Portanto,diante dessa explicação pode-se entender
um pouco mais do porquê da rigidez muscular e dificuldade de movimentação
apresentada pelos pacientes na fase pós-operatória,pois como já dito
anteriormente as aderências ocasionadas pelo processo cirúrgico e pela pouca
mobilidade restringem a musculatura,e esta fica
incapacitada de realizar os movimentos de forma integral,tornando-se cada vez
mais encurtada e rígida.
Com isso,nessa situação é de extrema importância a
execução de manobras de liberação miofascial ,para que haja a resolução das
aderências e a fáscia “descole” da musculatura,seguidas de exercícios de mímicas
faciais pois estes além de recuperarem a funcionalidade da musculatura da face,favorecerem a mobilidade do sistema miofascial, também podem corrigir possíveis assimetrias facias,que podem aparecer durante a execução dos movimentos, decorrentes de desequilíbrios musculares e aderências fasciais.
As imagens abaixam mostram alguns dos exercícios de mímica facial que podem ser realizados.
Referência bibliográfica
CAMPOLIM, SILVIA, and LUIZ FERNANDO BERTOLUCCI. "Esqueleto." Antidepressivos: 20079.