quinta-feira, 7 de março de 2013

LIBERAÇÃO MIOFASCIAL E EXERCÍCIOS DE MÍMICAS FACIAIS NO PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA BUCO-MAXILO-FACIAL, QUAL SERÁ A IMPORTÂNCIA?


Olá queridos leitores!

Andei meio afastada aqui do nosso espaço e desde do ano passado não postava nada,tudo isso por conta dessa correria que é terminar um ano e começar outro,mas estou de volta e garanto um 2013 cheio de posts e novidades.

O tema desse primeiro post do ano surgiu através de uma observação em minha prática clínica nos atendimentos dos meus pacientes de pós-operatório no consultório, percebi que a sensação de peso na face e a dificuldade de executar as expressões faciais são queixas muito recorrentes dentres eles. Muitos reclamam da sensação de rigidez o que dificulta muito a execução dos movimentos dos músculos da face.

Diante disso,tenho inserido muitas vezes no protocolo de tratamento as manobras de liberação miofascial e os exercícios de mímicas faciais,sendo estes últimos citados muitas vezes utilizados no tratamento de pacientes com paralisia facial,e com isso tenho percebido melhora dessas queixas dos pacientes.

Para entendermos melhor,como a liberação miofascial e esses exercícios podem contribuir no pós-operatório de cirurgia buco-maxilo-facial,devemos relembrar da fáscia e de como sua aderência pode gerar repercussões.

A fáscia nada mais é do que uma lâmina de tecido fibroso e translúcido, que permeia o corpo humano e tem papel destacado em seus movimentos. Ela é a matriz tridimensional do corpo, sendo um esqueleto fibroso que suporta principalmente esforços de tensão, enquanto o esqueleto ósseo suporta esforços de compressão.

A imagem ilustra a fáscia de uma forma bem simples,basta imaginarmos que ela é um macacão de malha contínuo que envolve todo o corpo,dessa forma pode-se entender como uma restrição em determinado local pode gerar repercussões em vários outros e impedir a adequada movimentação da musculatura.



Segundo o fisiatra especialista em fáscias Luiz Fernando Bertolucci, a manipulação desse tecido fibroso, libera aderências permitindo o reposicionamento dos músculos, podendo ainda ter um efeito adicional na estimulação do sistema nervoso,visto que essas aderências impedem o livre deslizamento mútuo dos músculos,os quais consequentemente serão sobrecarregados.



 

 
 
 
A lubrificação dos tecidos ocorre entre a interface do sistema de fáscias,e muitas vezes traumas e cirurgias produzem aderências nestas interfaces de deslizamento de corpos musculares comprometendo a função motora e diminuindo o aporte sanguíneo dos tecidos.
Portanto,diante dessa explicação pode-se entender um pouco mais do porquê da rigidez muscular e dificuldade de movimentação apresentada pelos pacientes na fase pós-operatória,pois como já dito anteriormente as aderências ocasionadas pelo processo cirúrgico e pela pouca mobilidade restringem a musculatura,e esta fica incapacitada de realizar os movimentos de forma integral,tornando-se cada vez mais encurtada e rígida.
Com isso,nessa situação é de extrema importância a execução de manobras de liberação miofascial ,para que haja a resolução das aderências e a fáscia “descole” da musculatura,seguidas de exercícios de mímicas faciais pois estes além de recuperarem a funcionalidade da musculatura da face,favorecerem a mobilidade do sistema miofascial, também podem corrigir possíveis assimetrias facias,que podem aparecer durante a execução dos movimentos, decorrentes de desequilíbrios musculares e aderências fasciais.
 
As imagens abaixam mostram alguns dos exercícios de mímica facial que podem ser realizados.





 
 
 

 Referência bibliográfica
CAMPOLIM, SILVIA, and LUIZ FERNANDO BERTOLUCCI. "Esqueleto." Antidepressivos: 20079.