terça-feira, 23 de abril de 2013

O QUE SÃO E COMO SÃO FORMADOS OS PONTOS GATILHOS ?

Olá Pessoal!

No estudo sobre as dores musculares e ou até mesmo no dia-a-dia escuta-se ou lê-se muito sobre pontos gatilhos ou triggers points,sendo estes popularmentes conhecidos como os famosos "nós" de tensão presentes na musculatura,como por exemplo no trapézio fibras superiores.Porém,muitas vezes há muitas dúvidas e questionamentos acerca do processo de formação desses nódulos de tensão e de suas causas.Então segue abaixo um breve resumo sobre a patofisiologia e a etiologia dos pontos gatilhos,espero que ajude a esclarecer um pouquinho.

O QUE SÃO PONTOS GATILHOS?


Os pontos gatilhos miofasciais (ou trigger points) são pequenas áreas hipersensíveis localizadas em uma banda tensa palpável da musculatura esquelética, que espontaneamente ou sob estímulo mecânico desencadeiam dor local e/ou referida em áreas adjacentes.

Os triggers points podem ser classificados como ativos ou latentes:

- Ativo => Ocorre quando sua estimulação (ex: palpação) gera dor referida e reproduz a queixa dolorosa preexistente referida pelo paciente. A dor é espontânea ou surge ao movimento, limita a amplitude do movimento (ADM) e pode causar sensação de fraqueza muscular

- Latente => Este encontra-se em áreas assintomáticas e só provocam dor local e referida quando estimulados. Não se associam à dor durante as atividades físicas normais.


PATOGÊNESE DOS PONTOS GATILHOS

Hipótese da crise energética (Energy crises theory)
             
Esta hipótese leva em consideração que uma lesão no sarcolema( membrana que envolve o feixe muscular) ou destruição do retículo sarcoplasmático, devido a um microtraumatismo, resulta em liberação de Ca++ e  acúmulo deste próximo ao local da lesão. O Ca++ livre interage diretamente com os miofilamentos, mesmo sem a presença de um potencial de ação, promovendo uma contração muscular mantida. Estando a circulação sanguínea normal, este processo é revertido pela remoção de Ca ++ de volta para o retículo sarcoplasmático, o que finaliza a contração muscular. Nos casos em que a circulação local está comprometida, a remoção de Ca++ não acontece ou é insuficiente, resultando em  uma área rígida, isquêmica, com acúmulo de resíduos metabólicos e sem chegada de fontes de energia.
             
Todos esses eventos contribuem para chamada “crise energética intensa local”. Por falta de fontes de energia, os sarcômeros não possuem ATP suficiente para ativar a bomba de Ca++, e assim não ocorre por seu retorno para o retículo sarcoplasmático, resultando em uma contração muscular máxima e sustentada dos sarcômeros. A dor sentida no local da lesão pode ser explicada pela liberação de substâncias, como bradicinina, prostaglandinas e histaminas, que podem sensibilizar nociceptores, devido à hipóxia local intensa e a crise energética dos tecidos.

Mecanismo de lesão
             
O mecanismo da lesão é a forma principal de desencadeamento de PGMs, independente de qual mecanismo fisiopatológico levará a sua formação. Estudos apontam microtraumas, agudos ou repetidos, como contribuintes para a formação desses pontos dolorosos, além de outros fatores como: distúrbios do sono, deficiências de vitaminas, predisposição para desenvolvimento de microtraumas e distúrbios posturais.
             
Como possíveis causas de microtraumatismos, podem-se apontar: alongamentos ou encurtamentos excessivos, sobrecarga muscular, movimentos repetitivos.
             
Microscopicamente, podem-se verificar encurtamentos de sarcômeros levando ao encurtamento muscular. A reação compensatória do músculo conta Ra dor, juntamente com o encurtamento patológico dos sarcômeros, provocam uma perda de flexibilidade. A perda da flexibilidade altera a mecânica articular e, consequentemente, perturba a propriocepção gerada nesta. Com a propriocepção anormal, não ocorre o envio de informações precisas do segmento corporal correspondente e uma nova lesão poderá se sobrepor e intensificar ainda mais o problema.


  



Na figura acima pode-se verificar como fica o sarcômero no estado de contração muscular,pois bem, no caso de um ponto gatilho presente na musculatura,este será o estado permanente em que a fibra muscular será mantida e não somente durante a contração.

Referências Bibliográficas

YENG, L.T.; KAZIYAMA, H.H.; TEIXEIRA, M.J. Síndrome dolorosa miofascial. JBA, Curitiba, v.3, n.9, p.27-43, jan./mar. 2003

SANTOS,R.V.C.;NASCIMENTO,J.D.S.E COLS.Pontos Gatilhos Miofasciais: Artigo de Revisão,RCSNV, João Pessoa, v.10, n.2, p.79 - 89, dez 2012.

ROCHA C.A.C.B.,SANCHEZ T.G.,SIQUEIRA J.T.T.Pontos-gatilho Miofasciais : Ocorrência e Capacidade de Modulação em Pacientes com Zumbido.Arq. Int. Otorrinolaringol. / Intl. Arch. Otorhinolaryngol.,São Paulo, v.10, n.3, p. 210-217, 2006.

Fonte das imagens:

www.cabuloso.xpg.com.br






terça-feira, 16 de abril de 2013

I CONGRESSO BRASILEIRO DE DOR OROFACIAL

Olá Pessoal!!

Nos dias 17 e 18 de Maio de 2013 acontecerá na cidade de São Paulo o I Congresso Brasileiro de Dor Orofacial: Disfunção Temporomandibular – Enfoque Contemporâneo. O evento está sendo organizado pela Sociedade Brasileira de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial ( SBDOF) e contará com a presença de nomes importantes da odontologia,fisioterapia e medicina que atuam no tratamento dos distúrbios e dores orofacias.Será muito importante justamente pelo fato de ser interdisciplinar e bem específico,já que ainda não são muitos os eventos voltados para dor orofacial.Eu estarei lá com certeza!
 
 
 
Para os que estiverem interessados clique no link abaixo para saber mais informações: