terça-feira, 23 de outubro de 2012

INTERDISCIPLINARIDADE BENEFICIANDO PACIENTES COM DOR OROFACIAL

Olá queridos leitores!

Hoje fiquei muito feliz com a publicação que li no blog Por Dentro da Dor Orofacial, da cirurgiã-dentista especialista em Dor Orofacial e DTM Juliana Stuginski Barbosa.No post ela aborda  a interdisciplinaridade no tratamento de pacientes com Dor Orofacial,enfatizando a importâcia da inserção da Fisioterapia e da Fonoaudiologia na equipe interdisciplinar.
 
Para comentar o assunto ela convidou o Fisioterapeuta César Becalel Waisberg para escrever um breve comentário sobre a atuação da Fisioterapia.Um dos trechos mais relevantes que achei do texto foi quando autor diz o seguinte: "É uma pena que ainda existam profissionais por aí que acham que podem resolver tudo sozinhos. Mas com o tempo, pensando assim, vão perder espaço para aqueles que mantêm a mente aberta."

Iniciativas como essas são muito importantes para que a nossa profissão,principalmente nessa área,seja cada vez mais reconhecida como sempre venho batendo nessa tecla aqui no Blog.
 
À propósito descobri o Blog da Dra.Juliana há algumas semanas e tenho lido com muita frequência,pois as publicações são muito boas e extremamente relevantes e diversificadas,contendo comentários sobre artigos,dicas de sites,divulgação de cursos e  eventos na área de dor orofacial,dentre outros.
 
Segue abaixo o link da publicação:
 

 
 

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A IMPORTÂNCIA DA TRANSMISSÃO CIENTÍFICA NO TRATAMENTO DA DOR OROFACIAL

Realizando minhas pesquisas na internet para fazer novos posts,encontrei uma postagem,no blog do cirurgião-dentista João Henrique Krahenbuhl Padula, extremamente interessante para se fazer uma reflexão acerca da questão levantada que era " Por que precisamos de transmissão científica em Dor Orofacial?".

Segue abaixo alguns trechos da publicação:

Algo muito comum em nosso atendimento são os pacientes questionarem o motivo da escolha por determinado tipo de tratamento. Enfatizo que, não apenas hoje, mas há algumas décadas, a “opinião pessoal do expert” diminuiu de importância diante da Odontologia Baseada em Evidências.

Não quero descartar a experiência clínica. Ela ainda é importante, mas deve estar ancorada na melhor evidência científica.
Na Dor Orofacial todos batem o seu martelo de tratamento, e, ” tudo o que está na frente do martelo é prego”
Não importa o diagnóstico !!, não importam todos os diferentes sub-tipos de DTM!! ( artralgias , inflamatórias , reumáticas, secundárias a neoplasias, dores miofasciais, com limitação , sem limitação, deslocamentos de disco, com redução, sem redução, limitações estruturais, !!), não importa se a cefaléia é primária ou secundária!!, não importa se a dor é aguda ou crônica!!, se existe ou não sensibilização central!!, se o quadro é de alodínia ou de hiperalgesia!!, não importa se a dor é neuropática!!, miofascial!! ou de outras origens………..

O x da questão:

A que tipo de avaliação o paciente foi submetido? Como a DTM e a DOR Orofacial foi classificada? Através de que tipo de abordagem ? Quais foram os métodos para o diagnóstico?

Infelizmente ainda encontramos formadores de opiniões que defendem o seu “achismo” ou acreditam no “mito” repetido tantas vezes na literatura e que, pela repetição, vira verdade. No caso específico da DTM temos vários exemplos de mitos:


1) Exame de imagem :
Se a Tomografia computadorizada mostrar o côndilo na posição posterior , vai comprimir a zona bilaminar e gerar dor.
2) Temos 5 má oclusões classificadas que” causam ” DTM:
Mordida aberta anterior, mordida cruzada unilateral, ausência de dentes posteriores, e por aí vai… etc (Avaliar com cautela a tão antiga e propagada Review McNamara Jr. 1995 )- Não estabelece relação para qual sub-tipo de DTM ! , e o própio autor não é conclusivo em seu achado.
3) Exame de imagem :
_ Voce tem sub-luxação do côndilo , na abertura máxima, ele ultrapassou o vértice da eminência e o seu queixo pode cair!
4) Se voce não tratar a sua má oclusão , ou não fizer a cirurgia ortognática que eu estou lhe propondo, na velhice, sofrerá fortes dores na cabeça!
5) Isso que você sente: labirintite, zumbidos, dor na coluna, dor na cabeça, dor nos braços são sintomas de quem tem ”ATM” ou tem ”má oclusão”.
Esses mitos mal esclarecidos se tornam um verdadeiro campo minado de iatrogenias e sobre-tratamentos para tratar uma doença ( neste caso DTM) caracterizada por remissão espontânea e regressão à média.

A partir destes conceitos , cada profissional, utilizando da sua especialidade , promove o seu tratamento. Alguns dizem: “A Ciência engessa a clínica”. Como podemos culpar o conhecimento científico de engessar a clínica? O que a Odontologia Baseada em Evidências faz é submeter a testes todos os tipos de teorias e técnicas , sem discriminação.
Só que o caminho inverso também deveria ser respeitado, ou seja , o profissional deveria estar atento à literatura validada. Deveria entender melhor de que maneira um paciente com queixa de Dor deveria ser avaliado, antes de implantar determinado tipo de tratamento.
Para respaldar o que está escrito acima, transcrevo texto de Charles S. Greene
Transferência Científica na Dor Orofacial
Dor Orofacial- Da Ciência Básica à Conduta Clínica
Pubilcação de Charles S. Greene do capítulo 28 , pag 232
Quadro 28-3

OBS: Clique na imagem para visualizá-la melhor.
Concordo plenamente com muito do que foi dito no texto acima,pois não podemos atender nossos pacientes,dar diagnósticos e traçar condutas terapêuticas se não tivermos um suporte científico dado através das evidências de pesquisas publicadas.
Um ponto muito importante,para nós fisioterapeutas,está contido no quadro acima onde fala que "os dentistas podem não uitlizar os tratamentos apropriados e ter um conhecimento limitado do valor da fisioterapia".Esse é um dos motivos pelo qual batalho para divulgação da importância e da eficácia da fisioterapia na área de buco-maxilo-facial,pois sei que o desconhecimento ainda é grande e ainda temos um caminho longo pela frente,apesar de já termos conseguido significativos avanços.
Segue abaixo o link do post na íntegra:

A POSSÍVEL RELAÇÃO ENTRE ALGUNS TIPOS DE CEFALÉIA E DTM

As disfunções temporomandibulares,as cefaléias e as dores faciais,são consideradas um sério problema contemporâneo,principalmente quando estão associadas.As cefaléias ,incluindo as enxaquecas,apresentam-se como queixa recorrente em pacientes com DTM,tendo um índice de prevalência 48 a 77%.

Porém,ainda há muita controvérsia e discussão acerca do real impacto dos diversos tipos de cefaléia em pacientes com DTM,havendo-se a necessidade de compreenssão da patofisiologia de cada problema.
 
As dores orofaciais englobam uma série de patologias que envolvem a cabeça e prescoço e incluem as disfunções tempomandibulares,cefaléias,neuralgias ,dores de origem dentárias e dores idiopáticas.Na sua forma crônica chegam a afetar 10% dos adultos e até 50% dos idosos.Nesse contexto a DTM é considerada um termo coletivo utilizado para designar um grupo de desordens músculoesqueléticas que acometem a articulação temporomandibular (ATM),os músculos da mastigação e cervicais,ou em sua forma mais comum,ambas as estruturas.

Dentre as principais desordens,destaca-se a dor miofascial,a qual trata-se de uma síndrome clínica dolorosa,de tecidos moles,com origem musculoesquelética.Cristérios específicos estão evoluindo,mas incluem a presença de um ponto gatilho ativo caraterizado pela sensibilidade dolorosa circunscrita em um nódulo que é parte de uma banda tensa palpável formada por fibras musculares,além do reconhecimento por parte do paciente,da sensação despertada pela pressão sobre o ponto sensível,como lhe sendo clinicamente familiar.

Conforme dito anteriormente,esta síndrome destaca-se devido à sua elevada prevalência,não apenas em indivíduos com dores ou com DTM,mas também na população geral e assintomática,pelo grau de severidade da dor gerada,e principalmente por sua fisiopatologia não ser completamente conhecida.

 
Segundo estudos realizados,apesar do percentual de pessoas que sofrem de cefaléia,entre os indivíduos sem DTM,ser de 15,2%,possivelmente a frequência e a severidade não são as mesmas.As cefaléias são significativamente mais prevalentes em indivíduos com DTM (cerca de 27,4%),sendo o sexo feminino mais suscetível quanto ao grau de prevalência e severidade da dor.Na população adulta em geral, a cefaléia associa-se a sintomas temporomandibulares,particularmente durante as crises de dor de cabeça.
Em pesquisa recente,verificou-se uma maior taxa de prevalência de DTM entre pacientes com cefaléia combinada,tal fato levanta a hipótese de que a presença de migrânea (enxaqueca) e CTT ( cefaléia do tipo tensional) seria um possível fator de risco para o desenvolvimento de DTM.Ademais,a prevalência de sinais e sintomas de DTM esteve positivamente correlacionada com o grau de severidade e frequência de crises de dor de cabeça.

 
Embora ainda não haja uma completa compreenssão a respeito do mecanismo desencadeador da enxaqueca,sabe-se que em sua patofisiologia não há a participação da musculatura mastigatória.Porém,ao considerar que tanto a ATM como músculos da mastigação possuem invervação sensorial trigeminal,sendo esta também responsável pela condução de impulsos nociceptivos oriundos dos vasos sanguíneos cranianos envolvidos na gênese da enxaqueca,torna-se clara a possibilidade de um estímulo nociceptivo sobrepor-se ao outro em casos de comorbidade.Diante disso, a presença de sintomas da DTM parece causar um impacto excitatório na enxaqueca e vice-versa,principalmente em pacientes com quadro dolorosos severos e frequentes,com maior suscetibiliade ao fenômeno de sensibilização central.
 
Fontes bibliográficas:
 
 
 
 
 

 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

ENTREVISTA SOBRE BRUXISMO

 
Esses dias vi no YouTube essa entrevista da Dra.Adriana Ortega,cirurgiã-dentista,e achei muito esclarecedora,pois ainda existem muitas dúvidas com relação ao Bruxismo e ao seu tratamento.Posteriormente,colocarei um post aqui no blog sobre o assunto.
 
  Vale a pena assistir!!