No mundo em que vivemos atualmente é muito comum escutarmos as pessoas dizendo que estão estressadas ,ou então, muitas vezes apresentamos disfunções sem causas aparentes e quando procuramos um profissional da saúde escutamos que estas podem ter sido causadas pelo tão falado estresse. Mas será que sabemos realmente o que ele realmente é capaz de causar em nosso organismo e quais são os mecanismos de ação que ele desencadeia.
Diante disso,nesse post de hoje irei esplanar de uma forma um pouco mais aprofundada o que ocorre, fisiologica e bioquimicamente, em nosso corpo quando somos expostos à algum agente estressor.
Segundo Vasconcellos, estresse é um processo psicofisiológico desencadeado pelo contato com o agente estressor,portanto, é uma reação fisiológica do organismo buscando a homeostase.
Um estressor é qualquer evento do mundo exterior que tire você do equilíbrio homeostásico, e a resposta de estresse é o que o seu corpo faz para manter a homeostase.
Existem dois hormônios que são vitais para a resposta ao estresse, são eles: a epinefrina que é produzida pelas glândulas supra-renais e a noraepinefrina,cuja produção ocorre nas terminações do sistema nervoso simpático em todo o corpo.Outra classe importante de hormônios para respostas de situações estressantes são os glicocorticóides.
Durante a situação de estresse,o crescimento e a regeneração de tecidos são reduzidos e o impulso sexual diminui em ambos os sexos.
O estresse aumenta o risco da pessoa contrair doenças, ou de fazer que a doença uma vez contraída ,derrote as defesas da pessoa.
MECANISMO DE AÇÃO DO AGENTE ESTRESSOR
Quando algo estressante acontece ou quando você pensa em algo estressante, o hipotálamo lança um grupo de hormônios liberadores no sistema de circulação hipotalâmico-pituitário, o principal deles é o CRH ( homônio liberador da corticotropina), em 15 segundos o CRH estimula a pituitária a liberar o ACTH (corticotropina), após ser liberado na corrente sanguínea chega à glândula supra-renal e esta em poucos minutos libera os glicocorticóides juntamente com as secreções sistema nervoso simpático ( epinefrina e noraepinefrina).
A excitação do simpático é um sinal de ansiedade e de alerta, enquanto a produção de glicocorticóides é quase sempre um sinal de depressão.
O ESTRESSE E O SISTEMA MÚSCULO ESQUELÉTICO
O sistema nervoso central (SNC),quando ativado pelo estresse,age de três formas:
Atividade da formação reticular
Tal fato induz ao aumento do tônus muscular,que por ele mesmo ,favorece ao aumento da carga biomecânica nos músculos e tendões,o que contribui para o aparecimento de DORT (doença ocupacional relacionada ao trabalho).
Ativação da cortéx adrenal
Esta ativação faz com que haja uma ativação da glândula pituitária e a liberação de corticoesteróides (cortisol e cortisona) pela cortéx adrenal. Dessa reação pode ocorrer um desequilíbrio hidroeletrolítico e aparecer o edema. A relação com os DORT acontece porque o tecido edemaciado pode levar à compressão local de nervos.
Ativação da secreção de citocinas
O estresse ativa a produção e liberação de citocinas pró-inflamatórias, as quais podem estar relacionadas aos eventos de inflamações dos tendões.
ESTRESSE E IMUNOLOGIA
O estresse suprime a formação de novos linfócitos e a sua liberação na corrente sanguínea,além de encurtar o tempo de permanência na circulação dos linfócitos já existentes. Inibe também a produção novos anticorpos em reposta aos agentes infecciosos e prejudica a comunicação entre os linfócitos, por meio de liberação de mensageiros importantes. Tudo isso é causado por estressores dos mais variados tipos - físicos e psicológicos.
Bibliografia: Salgado,Afonso Shiguemi.Saúde integral:fisioterapia corpo e mente.Londrina:Escola de Terapia Manual e Postural,2010.